Em um sistema comparável ao dos EUA, os brancos ricos tendem a obter lugares de topo, enquanto os outros 5 milhões de estudantes frequentam colégios com fins lucrativos. O governo está a tentar mudar as coisas.
RIO DE JANEIRO—o rosto Dela e deu à luz braços pintados com as palavras “medicina” e “UFRJ”—sua maior e a sigla, em português, da Universidade Federal do Rio de Janeiro—Ana Carolina e alguns colegas ficar em uma rua movimentada no Rio de sol de Ipanema distrito peça para reposição.
O dinheiro não é para propinas, o UFRJ não cobra nenhuma. É para cerveja. Estimulada pelos alunos, a menina de 18 anos e os seus amigos pintados de corpo estão a passar por uma espécie de ritual de praxe para celebrar a sua aceitação na escola, pagando uma festa.
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As universidades federais, que são as únicas faculdades livres do país, estão no topo da hierarquia de ensino superior deste país. Eles também são extraordinariamente competitivos em um país onde há uma demanda significativa e crescente para o ensino superior-e onde as pessoas que pontuam no topo do exame de admissão à Universidade estilo SAT são predominantemente estudantes ricos, brancos cujos pais foram capazes de se dar ao luxo de enviá-los para escolas secundárias privadas. Assim, as pessoas que mais se podem dar ao luxo de pagar pelos seus estudos superiores acabam não só por entrar nas melhores escolas, mas também por não gastar nada em propinas. “Não é realmente justo”, disse Ana Carolina sobre o privilégio que ela gosta.
Esta divisão no Brasil—um eco extremo, mas familiar, da crescente disparidade social no ensino superior dos EUA-foi uma das questões que provocou protestos de rua em 2013, antes do país sediar a Copa do mundo. É também o alvo das reformas anunciadas pelo governo na época dessa agitação, em um esforço para prevenir novas perturbações antes dos Jogos Olímpicos do próximo ano, que também estarão no Rio.
Como nos Estados Unidos, a desigualdade no ensino superior do Brasil está enraizada em suas escolas primárias e secundárias, que variam muito em qualidade, mas são geralmente consideradas como mal atendidas pelos 200 milhões de habitantes do país.
Ainda assim, de certa forma, os políticos norte-americanos do ensino superior podem invejar o Brasil. À medida que a matrícula dos EUA começou a declinar—apesar dos esforços do governo para levar mais jovens para os graus universitários—as universidades brasileiras foram sobrecarregadas por candidatos, e sua inscrição de estudantes mais do que duplicou nos últimos 10 anos. As instituições de ensino superior do país servem agora cerca de 7 milhões de pessoas.
O aumento da matrícula no Brasil deve—se em grande parte ao reconhecimento generalizado de que os universitários aqui ganham, em média, duas vezes e meia mais do que as pessoas que não terminam a faculdade-uma diferença maior do que a de qualquer um dos 34 países membros da Organização de cooperação e desenvolvimento econômico, ou OCDE. E mesmo que os americanos com a educação universitária também desfrutem de um prémio de ganhos, altos custos de faculdade e dívida estudantil estão levantando questões nos EUA sobre o retorno desse investimento.
“A taxa de crescimento do ensino superior no Brasil é impressionante, mesmo para nós”, disse Edson De Oliveira Nunes, decano de política e desenvolvimento da Universidade candidato Mendes. “Nunca houve lugares suficientes. Você tem talvez 250 mil vagas por ano em um país muito grande.”Nunes, que também ocupou cargos do governo, explicou esta situação enquanto ele se sentava em seu escritório com vista para a Baía de Guanabara, no bairro de luxo do Flamengo do Rio.
Outra das principais causas da explosão da demanda por faculdades no Brasil é o vasto crescimento da matrícula no que é conhecido aqui como educação básica—ou seja, escolas primárias e secundárias. Até o final do domínio militar na década de 1980, o Brasil garantiu aos seus cidadãos o direito à educação básica gratuita; até então, um terço dos brasileiros não teria ido à escola, e um quarto eram analfabetos. Nos anos que se seguiram, o número de estudantes no Brasil que receberam essa escolaridade triplicou, para 57 milhões de crianças de hoje.
Mas as universidades públicas têm lutado para manter o ritmo, mesmo quando o governo expandiu os campus públicos existentes e acrescentou novos. Assim, os políticos se voltaram para provedores de educação superior privados, com fins lucrativos, incluindo as empresas americanas DeVry e Laureate Education, para preencher a lacuna.
De acordo com Nunes, O Brasil em meados da década de 1990 praticamente inventou o conceito de colégios com fins lucrativos-antes do enorme crescimento de tais instituições nos EUA, incluindo empresas como a Kaplan e a Universidade de Phoenix. E como os colégios com fins lucrativos dos EUA têm visto quedas dramáticas nas inscrições nos últimos anos, em grande parte por causa de problemas legais e ceticismo generalizado sobre sua qualidade, aqueles no Brasil continuaram a crescer. De acordo com números amplamente citados pela mídia brasileira, Os for-profits agora inscrevem três quartos de todos os estudantes universitários aqui, ou quase 5,3 milhões de pessoas-mais do dobro de estudantes que em escolas com fins lucrativos dos EUA. As cinco maiores universidades do Brasil, por inscrição, têm fins lucrativos. Uma empresa brasileira, a Kroton Educacional, é potencialmente a maior empresa de ensino superior do mundo, com mais de 1 milhão de estudantes em até 130 campi em todo o país, de acordo com seu site.
A qualidade das escolas públicas básicas também não conseguiu acompanhar o seu rápido crescimento estudantil, apesar dos significativos gastos do governo com a educação. Pouco mais de 6% do PIB do Brasil, e 19% do orçamento nacional, vão para a educação—mais do que quase todos os países da OCDE. No entanto, o Fórum Econômico Mundial classifica o país em 105 dos 122 países na qualidade de seu sistema educacional. Muitas, se não a maioria, escolas públicas no país sul-americano operam apenas quatro horas por dia.
Essas deficiências, de acordo com especialistas, são o que leva muitos brasileiros ricos (a maioria dos quais são brancos) a matricular seus filhos em escolas privadas de qualidade significativamente superior, que melhor prepará-los para os exames de acesso à Universidade. “Muito parecido com o que acontece nos EUA, os pais estão preparando seus filhos desde a escola primária para entrar em universidades de elite”, disse Gregory Elacqua, que estuda a educação brasileira e supervisiona o Instituto de Política Pública da Universidade Chilena Diego Portales. “Eles investem muito dinheiro em escolas privadas e tutores, enviam seus filhos para o exterior, eles pagam para a preparação de testes, então eles têm todas as vantagens.”
E estas tácticas parecem funcionar. Aqueles que frequentam universidades públicas brasileiras são tanto mais ricos quanto mais brancos do que a média nacional—68 por cento de seus alunos se identificam como brancos em um país onde 48 por cento são classificados como tal, de acordo com um estudo do Instituto Nacional de Estudos Educacionais, ou INEP, uma agência do Governo Brasileiro. “Nós historicamente temos tido um sistema extremamente elitista onde muito poucas pessoas poderiam entrar”, disse Dilvo Ilvo Ristoff, diretor de estatísticas do ensino superior da INEP. “Quanto mais competitivo [o programa], mais brancos são os alunos, e mais ricos são.”
E os ricos não só ganham aceitação para as universidades públicas livres a taxas mais elevadas; uma vez lá, eles são mais propensos a se especializarem em disciplinas que levam a carreiras bem pagas, incluindo medicina e engenharia. Enquanto apenas 13 por cento dos brasileiros como um todo frequentam escolas secundárias privadas, de acordo com o relatório do INEP, 89 por cento dos estudantes de medicina são graduados de ensino médio privado, e 75 por cento são brancos. Muitos estudantes de baixa renda, por sua vez, acabam pagando propinas para frequentar universidades com fins lucrativos, que se especializam em majores que custam menos para fornecer-como contabilidade, gestão e ensino—e tendem a vir com salários mais baixos. Esta discrepância, segundo o relatório do INEP,” aguça as distorções existentes na sociedade ” em vez de as lustrar.
Os menos abastados “não querem necessariamente estar nesses programas, mas é a única maneira de entrar nas universidades”, disse Elacqua. “Então [muitos deles] continuam a se tornar professores, e não professores muito eficazes, e perpetua o ciclo. Este tipo de políticas está a agravar a desigualdade.”
Isso é semelhante ao que está acontecendo, se com menos atenção, nos EUA, de acordo com Martin Carnoy, um professor de Stanford de educação e co-autor de um novo livro, Expansão da Universidade em uma Economia Global em constante Mudança, o que parece em universidades no Brasil, assim como os seus companheiros de economias emergentes China, Índia e Rússia. O grupo de mais rápido crescimento de universitários americanos são de primeira geração, minorias raciais de baixa renda, muitas vezes presos em escolas urbanas de baixo desempenho, de acordo com Carnoy. Se eles vão para a Faculdade de todo, eles são canalizados para faculdades comunitárias ou faculdades de segundo nível e universidades que, como no Brasil, podem limitar suas escolhas. E com as demandas concorrentes da escola, do trabalho e da família, alcançar a graduação pode ser um desafio. “Há crianças inteligentes e de baixa renda que vencem as probabilidades, mas muito poucas dessas pobres crianças conseguem terminar”, disse Carnoy.